Oficinas e seminário serão realizados para elaboração de um projeto que indicará as condições da preservação e do pagamento (foto: Ascom/Seagri) |
Os agricultores familiares alagoanos poderão ser remunerados pelo trabalho de preservação do meio ambiente em suas propriedades, como mata nativa, animais, solo e água. Essa discussão foi iniciada nesta terça-feira (29), durante reunião entre representantes do governo do Estado e de entidades vinculadas aos pequenos produtores rurais.
De acordo com Genivaldo Vieira da Silva, presidente da Central Estadual de Associações de Assentados e de Pequenos Produtores de Alagoas (Ceapa), é necessário que o meio ambiente seja preservado em todas as regiões do Estado, especialmente na região de caatinga, que já foi bastante devastada.
“Essa devastação ocorreu, em parte, porque o agricultor precisava e precisa dos recursos naturais para sobreviver. Em geral, o agricultor familiar de Alagoas tem propriedades muito pequenas e, por isso, fica difícil ele manter uma área de preservação, sem uso nem para lavoura nem para pecuária”, explicou Genivaldo Vieira da Silva.
Por esse motivo, a Ceapa e o Movimento Minha Terra (MMT) procuraram a Secretaria de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário (Seagri) para iniciar as discussões sobre políticas públicas visando à elaboração de um projeto de pagamento por serviços ambientais, mais conhecido como PSA.
Também participaram da reunião na sede da Seagri, nesta terça-feira (29), representantes da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh).
“Ainda não existe nenhuma experiência desse tipo em âmbito estadual. Apenas algumas prefeituras, fora de Alagoas, mantêm iniciativas semelhantes. Mas já garantimos apoio para que essas discussões tenham continuidade aqui no Estado e, junto com a sociedade, seja discutida a metodologia para esse pagamento e para o modelo de conservação do meio ambiente”, frisou o secretário de Estado da Agricultura, Jorge Dantas.
Programação – Ficou definido que será realizado um seminário estadual para inserção do tema de pagamento por serviços ambientais na pauta de discussões tanto de outros movimentos quanto do governo.
“Serão feitas três oficinas regionais, junto com agricultores, técnicos e lideranças locais para que se comece a desenhar um modelo de PSA”, disse Rita de Cássia, superintendente de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural da Seagri. “É preciso que a metodologia seja muito bem elaborada de acordo com a realidade dos agricultores familiares alagoanos”, completou.
Ainda segundo ela, serão feitas visitas técnicas a outras regiões do país onde prefeituras mantêm iniciativas semelhantes ao PSA e, ao final das discussões e da elaboração do projeto-piloto, haverá uma apresentação formal ao governo do Estado.
Diego Barros/Seagri-AL
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