terça-feira, 22 de março de 2011

Cati faz ensaios com cultivares de arroz na região de Avaré

A Cati - Coordenadoria de Assistência Técnica Integral - vem promovendo uma série de encontros, dias de campo e reuniões técnicas sobre o cultivo de arroz. Essas ações fazem parte da Ação Governamental Arroz Paulista de Qualidade, que tem os objetivos de identificar novos cultivares com maior aceitação pela indústria e incentivar a produção. Para isso, alguns campos de demonstração foram montados em regiões onde a rizicultura é mais praticada, entre elas a região de Avaré, onde ocorreu, recentemente, uma reunião técnica para avaliar ensaios de arroz sob pivô central. A reunião contou com 35 particpantes entre produtores, técnicos e representantes de indústrias.

O encontro foi promovido pelo Núcleo de Produção de Sementes de Avaré, pertencente ao  Departamento de Sementes, Mudas e Matrizes (DSMM-CATI) e aconteceu na Fazenda Taquari, propriedade do rizicultor Geert Van Den Broek. Na ocasião, foram avaliados 24 materiais próximos ao ponto de colheita, sendo 18 comerciais e 6 linhagens: IAC 202, IAC 201, IAC 2005 e IAC 2009, desenvolvidos pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC/SAA), EPAGRI 109 (Epagri-SC), ANA 9001, AN BEST 2000, AN Cambará, AN Jatobá (AgroNorte-Sinop-MT), IRGA 409, IRGA 417 (Instituto Riograndense de Arroz-RS), BRA 032048, BRA 052023, BRA 052033, BRA 052045, BRS Caravera, BRS Fronteira, BRS Tropical, BRS Pepita, BRS Sertaneja, BRS Sinuelo CL, BRS Taim, BRS Atalanta e BRS Querência (Embrapa CNPAF - Santo Antonio de Goiás-GO e Embrapa Clima Temperado - Pelotas-RS).

Segundo o engenheiro agrônomo Rubens Yamanaka, técnico do Núcleo (NPS-DSMM-CATI), o objetivo é identificar cultivares de arroz de ciclo curto, resistentes ao ataque de pragas e doenças, reduzido acamamento e com tipo de grão aceito pelo mercado consumidor. De acordo com Vilson De Vechi, diretor do Núcleo de Produção de Sementes de Avaré, os próximos passos são a colheita de cada material, a avaliação de campo e a avaliação da qualidade industrial. A partir daí serão feitas as conclusões e o envio dos resultados aos participantes. "Temos dois ensaios, um de setembro e outro de novembro de 2010, em épocas diferentes de plantio. Assim, poderemos avaliar melhor o comportamento de cada material", explica De Vechi.

O diretor de uma conhecida indústria de Porto Ferreira (SP), Lázaro Moreto, participou da reunião e parabenizou a CATI e a Secretaria de Agricultura e Abastecimento pela iniciativa dos ensaios e pelo fortalecimento do setor com a criação do Programa Arroz Paulista de Qualidade. Moreto também ressaltou que apesar das dificuldades dos rizicultores paulistas, acredita na melhoria do mercado e dos preços pagos ao produtor. Para o engenheiro agrônomo Adriano Bussolaro, da AgroNorte, estas ações da CATI são fundamentais para apoiar e estimular os rizicultores paulistas. "Por outro lado, a produção de sementes de arroz de alta qualidade e baixo custo para os pequenos e médios produtores e agricultores familiares é importante para incentivar o crescimento da área plantada de arroz em terras paulistas", disse.

Para o rizicultor Geert Petrus Van Den Broek, conhecido como Geraldo Broek, esses eventos que vem sendo realizados pela CATI permitem que o produtor rural conheça novas cultivares mais adaptadas ao clima e solo da região, com maior potencial de produtividade por área e aceitabilidade pelo mercado consumidor. “É viável investir em novas cultivares que vão bem irrigadas sob pivô central e o trabalho da CATI, em parceria com a indústria e os rizicultores, é fundamental para a melhoria do setor”, afirma o produtor, que é descendente de holandeses e acredita que a produção de arroz no Estado de São Paulo deve melhorar. A cultivar mais plantada na região é a IAC 202, cuja produtividade gira em torno de 6.500 a 7.000kg/hectares e apresenta boa qualidade de grão.

Flávio Broek, produtor de Cerqueira César, vê boas perspectivas: "o arroz veio para ficar e serve bem à rotação de culturas, principalmente, com o feijão, diminuindo as doenças de solo na cultura e podemos ganhar com arroz e com feijão”. Para Flávio, o trabalho da CATI é muito importante porque alguns materiais se destacam nos ensaios e, em um futuro próximo, poderão ser utilizados pelos rizicultores.

Fonte: Cati-SP

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