Para a safra 2011 espera-se uma produção de 200 a 240 toneladas de pirarucu. (Foto: Wania Ressutti) |
Os esforços da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Regularização Fundiária (Seagri) na implementação da piscicultura em Rondônia vêm obtendo resultados significativos.
Na unidade experimental localizada na propriedade do produtor Carlos Castilhos, em Morrinhos, na região de Porto Velho, realizou-se a despesca de aproximadamente, dois mil quilos de peixes da espécie pirarucu. “Foi a primeira despesca de Porto Velho” diz o médico veterinário, Carlindo Pinto Filho, responsável pelo setor de aqüicultura e pesca, na Seagri.
Ainda segundo o médico veterinário, o produtor, que produz o pirarucu em cativeiro, vem obtendo apoio governamental através de assistência técnica na produção de peixes com utilização de diversificados sistemas de produção e tipos de rações. Essa ação faz parte do Projeto denominado “Pirarucu de Rondônia”, criado com o intuito de incentivar a cadeia produtiva da piscicultura no Estado.
Carlindo conta que a baixa produção e dificuldade em adquirir alevinos, e a concorrência com o peixe nativo que tinha maior oferta no mercado, fizeram com que muitos piscicultores desistissem da atividade no passado. Com isso fez-se necessária a implantação de unidades experimentais em propriedades de pequeno, médio e grande porte.
A unidade experimental na área do produtor Carlos Castilho é de cinco hectares, divididos em tanques e um canal. Carlindo explica que esse canal possui bastante água, similar aos canais de abastecimento de pequenas hidrelétricas, o que prova a viabilidade de aproveitamento de corpos de água com alta vazão.
Para realizar esse experimento foi realizada uma parceria público-privada. Um termo de cooperação entre a Seagri e a Empresa Mar e Terra vem garantindo a compra da produção desde outubro de 2009. “Os pequenos produtores produzem alevinos, com apoio do governo para aquisição dos animais e na assistência técnica. Os produtores de maior porte comprometem-se em absorver os alevinos dos pequenos produtores e a Empresa Mar e Terra garante a compra dos pirarucus adultos que podem ir, até para exportação”, explica o técnico da Seagri.
O projeto é mais uma alternativa para o negócio do peixe que tem atualmente, 36 produtores cadastrados. Durante a despesca, somente em um dia e nessa unidade experimental, foram retirados, aproximadamente 150 peixes com peso médio acima de 10 quilos, ou seja, aproximadamente duas toneladas. Para a safra 2011 espera-se uma produção de 200 a 240 toneladas. “A esse montante soma-se a produção do Tambaqui, presente em 90% do cultivo no Estado, com mais de 1600 piscicultores e produção prevista de 12 mil toneladas” enfatiza Carlindo.
O técnico conta ainda, que durante o 3.º Seminário Agropecuário do Peixe, realizado pela Seagri, em Guajará Mirim, foi demonstrados que o Pirarucu será em breve tempo, o melhor peixe para exportação. Essa afirmação foi endossada por técnicos da Associação de Assistência Técnica e Extensão Rural do estado de Rondônia (Emater) locais e palestrantes especialistas em piscicultura do Ceará, Amazonas e São Paulo que garantem que, por ser um peixe de carne branca, sem espinhas e baixa gordura, tem tudo para ganhar o mercado externo.
A área onde está localizada a unidade experimental será alagada, em breve, devido às obras de uma usina hidrelétrica na região, porém os peixes serão remanejados para outra área do produtor. Mas fica comprovado que é possível criar peixes em cativeiro em águas de alta, vazão, como os canais que abastecem as usinas, tanto quanto em outros sistemas de tanques de água parada, o que torna a criação de pirarucu uma rentável alternativa para Rondônia.
Wania Ressutti/Emater-RO
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