sábado, 6 de novembro de 2010

Terra Indígena Campina do Katukina implanta primeiro criatório de capivara

O Projeto Amê Iná – assim chamado pelos Katukina do Campinas, que significa criação de capivaras, recebe esta semana os primeiros animais em seu criatório semi-intensivo de capivara. Os animais foram doados pelo Projeto Caboclinho da Mata, desenvolvido numa cooperação técnica entre Governo do Estado e Universidade Federal do Acre (Ufac. Este é o primeiro criatório de capivara em Terras Indígenas.
O embarque de um plantel composto de dez capivaras destinados a Terra Indígena Katukina do Campinas foi feito nesta quinta-feira, dia 4. O objetivo do projeto Amê Iná é criar capivara para consumo das famílias e repovoamento da Terra Indígena.
“Uma das principais vantagens é a alimentação das famílias, potencializando a soberania alimentar. Sem contar o aproveitamento do couro e óleo dos animais abatidos para consumo” diz a médica veterinária Maria Edna Rodrigues Costa, chefe da Seção de Manejo de Fauna Silvestre da Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof). O couro será utilizado para a confecção de artesanato (bolsas e calçados) e o óleo para uso medicinal.
O projeto nasceu na elaboração Plano de Gestão Ambiental dos Katukina. “Prevaleceu o diferente, o inovador, que é a criação de capivara para nós. Já escolhemos a área do criatório, plantamos capim para alimentação delas e participamos de capacitação sobre manejo de capivara que a Seaprof promoveu juntamente com os parceiros Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Ibama, Parque Ambiental Chico Mendes, Projeto Caboclinho da Mata e a Funai. Esse treinamento foi muito importante para nós”, disseram Edilson Rosa da Silva Katukina e Marcelino Rosa da Silva Katukina, Agentes Agroflorestais Indígenas.
O próximo passo do projeto é fornecer um terno de capivara (a partir da reprodução dessas matrizes) para as demais aldeias. “Além do fornecimento de carne para as famílias o projeto traz para a comunidade o exercício participativo comunitário, o aprendizado do manejo comunitário e assessoramento do plano de gestão do povo Nuke Kui”, explica Edna Costa.
Os animais enviados aos Katukinas do Campinas para formar o plantel inicial estão legalizados junto ao Ibama e a Funai.
Terezinha Moreira/Seaporf-AC

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