Ater no Quilombo diminui dificuldades de comunidades rurais

Oficinas de construção dos planos de desenvolvimento sustentável das Comunidades Quilombolas será foco do trabalho da rede temática de Ater no Quilombo, do Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural do Piauí-Emater/PI, para as regiões de Oeiras e Valença. O projeto atende as comunidades caracterizadas pela presença de agricultores e agricultoras familiares remanescentes de quilombo.

Dividida em duas etapas, as ações da rede temática compreendem nove comunidades, sendo a primeira realizada de 04 a 07 de novembro, nas comunidades de Angical, Volta, Tranqueira, Paquetá e Potes. A segunda etapa promove atividades de 09 a 12 de novembro, nas comunidades quilombolas de Canto, Canadá e Queiroz. A nona comunidade atendida é Algodões, município de Nazaré, região de Floriano. A comunidade teve uma oficina de elaboração do plano de desenvolvimento ocorrida entre 07 e 11 deste mês de outubro, semelhante às praticadas nos demais municípios. De acordo com o articulador da rede de Ater no Quilombo, Orlando Costa, essa comunidade conta com o apoio da Universidade Federal do Piauí, que desenvolveu trabalhos de resgate da memória quilombola na região, além da parceria com a Secretaria de Planejamento do Estado.

Parcerias

A elaboração dos planos de desenvolvimentos das comunidades quilombolas ganha reforço e respaldo em sua efetivação através de parceria com a Coordenação Estadual das Comunidades Quilombolas- CECOQ-PI, Secretaria Desenvolvimento Rural-SDR, Sindicato dos Trabalhadores Rurais das localidades atendidas, prefeituras municipais e Secretarias Municipais de Educação e Saúde,

Segundo Orlando Costa, o critério de seleção das comunidades que serão beneficiadas com o projeto parte da CECOQ, que faz a mobilização e sensibilização das comunidades para participarem dessas atividades. Esse é o primeiro passo dado pela rede temática dentro do quadro de atividades planejadas para as comunidades.

Problemas detectados e resolvidos

Em visitas anteriores a essas comunidades, a equipe de facilitadores composta por 12 extensionistas do Emater e 10 educadores populares da CECOQ, elaborou diagnósticos rurais participativos, com objetivo de retratar a realidade das comunidades e apontar as necessidades mais emergenciais da população local. Essa equipe do Emater conta com os extensionistas: João Marques, Márcia Mendes, Risomar Fernandes, Góes Alencar, José Roberto, Assunção Aguiar, Levi Lustosa e José do Egito, entre outros.

Durante essa fase do projeto, serão apresentados nas comunidades os relatórios contendo causas e efeitos do projeto para que sejam validados pela comunidade. Esses relatórios também servirão como tentativa de resolução dos problemas ali existentes. ”É necessário que se elejam prioritariamente os problemas mais abrangentes das comunidades, porque resolvendo um problema abrangente, é possível se resolver muitos outros dentro dele”, afirma Orlando. A fase seguinte, que acontece durante essas oficinas, constitui-se da elaboração dos planos de desenvolvimento sustentável, apontando as potencialidades de cada região e as dificuldades que sofrem limitando seu desenvolvimento.

Como passo final das oficinas e consolidação do trabalho prestado pelo Emater, será realizada uma Rodada de Negociações, que é o momento em que vários gestores representantes dos órgãos e entidades parceiras se reúnem para discutir quais medidas são cabidas para cada região, conforme suas necessidades.

Em face total do projeto de desenvolvimento das comunidades quilombolas visa-se beneficiar em torno de 25 comunidades com agricultores familiares remanescentes de quilombo em todo o Estado.

Astrid Mª Lages Neves/EMATER - PI