terça-feira, 9 de novembro de 2010

Empaer faz visita técnica e confere utilização prática da Hidroponia

Visita tecnologia de hidroponia em Engenho Velho,
Santo Antonio de Leverger MT (Foto: João de Mello)
A Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), realizou na manhã de sábado (06.11), visita técnica na propriedade do senhor João Lourenço dos Santos, que trabalha com hidroponia em sua empresa rural Hidropônicos Leverger, que fica na comunidade Engenho Velho no entorno de Santo Antônio de Leverger (34 km de Cuiabá).

Hidroponia, termo grego que significa cultivo de vegetais em meio líquido, uma técnica de utilização prática e moderna na produção de hortaliças, que num pequeno espaço para o plantio, consegue maior produtividade e qualidade dos produtos, sem nenhum impacto ambiental, maior higiene e drástica redução no consumo de água. A hidroponia pode ser implantada em pequenas propriedades agrícolas, sítios, chácaras ou em até mesmo em terrenos localizados nos centros urbanos.

A hidroponia é sempre feita em estufas e a escolha do tipo e modelo dependerá dos fatores climáticos a serem manejados para atender as espécies cultivadas. As estufas devem ser construídas em local onde não haja sombra, com disponibilidade de água, energia elétrica, topografia uniforme (terreno plano) e não sujeito a ventos fortes. A cobertura deve ser transparente, em polietileno, com espessura de 100 a 200 micras. O polietileno é encontrado no mercado, na largura de 2,20 a 12,0 metros.

A produção de mudas para o cultivo hidropônico é realizada com o emprego da espuma fenólica. As bancadas ou mesas de cultivos ficam distanciadas 1,0 metro da superfície do terreno, com largura oscilando entre 1,5 a 2,0 metros e comprimento de 10,0 a 20,0 metros, dependendo do terreno. Para facilitar o fluxo da solução nutritiva (que é o alimento das plantas), a estrutura de apresentar um desnível de 3 a 5 % e o fato das bancadas serem suspensas, mantêm as plantas livres de patógenos (causadores de doenças), que preocupam os horticultores convencionais.

A escolha da solução nutritiva está diretamente relacionada à necessidade nutricional de cada espécie a ser cultivada no sistema hidropônico. Macronutrientes (Nitrogênio, Cálcio, Fósforo, Potássio, Magnésio, Enxofre) e micronutrientes (Ferro, Boro, Zinco, Manganês, Cobre e Molibdênio). A escolha dos sais é baseada na relação custo/benefício e devem considerar ainda o seu grau de pureza e a solubilidade em água. Da semeadura até a colheita o ciclo é de 45 dias e a temperatura da água não pode ultrapassar 28º graus, deve permanecer constante. As cultivares mais plantadas em hidroponia são: alface crespa, lisa, roxa e americana, agrião, rúcula, almeirão, hortelã. salsa, etc.

A senhora Célia Bandinha, produtora de hidroponia há 10 anos em Barra do Garças, tem como meta para 2011 implantar outra hidroponia em Portugal. Ela esteve por lá este ano para conhecer e analisar a possibilidade de implantação e verificou que lá ainda não é produzido a alface. “Sou apaixonada por hidroponia. É um trabalho de qualidade e não agride a natureza. Eu sou a única produtora na região do Vale do Araguaia, entrego toda minha produção, que são de 900 a 1000 pés por dia, numa área de 4m², nos supermercados de Barra do Garças e graças à equipe da Empaer, que nunca me desamparou quando precisei, no ano que vem, se Deus quiser, eu vou montar uma hidroponia também em Portugal”, ressaltou dona Célia.

No Brasil, o cultivo comercial em hidroponia é bastante recente, seus produtos são mais limpos que os convencionais, vem tudo embalado, pronto para uso, sendo a alface a principal espécie cultivada. A princípio o investimento é alto, mas o seu retorno econômico pode ocorrer em 18 a 24 meses. Poucas pessoas são necessárias para manter a produção das estufas, ou seja a racionalização da mão-de-obra se apresenta como uma das vantagens da hidroponia, que também pode ser considerado um trabalho terapêutico, pela riqueza dos detalhes que devem verificados diariamente.

“O Estado de Mato Grosso é exclusivamente agrícola, 86% dos empreendimentos agrícolas são de agricultores familiares, não há desenvolvimento se não houver conhecimento”, destacou Almir de Souza Ferro, Diretor da Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) da Empaer.

Cerca de 140 pessoas participaram da visita técnica e 70 a 80 % eram produtores das regiões de Nobres, Jangada, Rosário Oeste, Barra do Bugres, Barra do Garças, Cuiabá, Santo Antônio e Campo Verde. O biólogo da Empaer, Nesvaldo Bento de Oliveira, especialista em Olericultura, além de organizar a visita técnica, palestrou sobre o risco de mercado e o atendimento que a empresa oferece aos produtores, enfatizando que o assessoramento da Empaer é gratuito.

Cristiane Celina/SECOM-MT

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